Percebi que fazemos um estardalhaço às vésperas do aniversário de 30 anos. Balzac dedicou uma obra inteira a ela: a mulher de 30. Nada falou sobre a mulher de 40.
Desculpe-me Balzac, mas trinta
anos não são nada. Há ainda os 40!
Parecia-me que esse dia jamais
chegaria. Sentia-o como aquelas coisas que quanto mais se avizinham mais nos
parecem improváveis, mas ainda assim embaladas pelo nada melodioso som da
inevitabilidade.
Decretei que jamais faria 40. Mas
num piscar de olhos acordei no dia seguinte, olhei para meu marido e disse-lhe:
“Oi, tudo bem? Eu tenho 40”.E cá estou eu. Uma mulher com
seus 40 anos que incumbiu a si mesma um balanço sobre sua vida, sobre essa nova
idade.
Não há como olhar para trás sem
observar o caminho que percorremos. É justamente o que faço agora. 40 anos de
vida, 40 anos de amizades, frustrações, aprendizados, amores, tristezas e
alegrias.
Se a primeira angustia existiu, e
confesso que ela me visitou sem ser convidada, já se dissipou e cedeu seu lugar
à verdadeira satisfação de ter colecionado tantos momentos incríveis como
também a uma insaciável vontade de continuar vivenciando tantos outros, sejam
eles simples ou não, mas todos eles e cada um deles verdadeiramente únicos.
Alguns marcos de idade são
realmente enigmáticos. Talvez o sejam porque são datas que comumente escolhemos
(ou que permitimos que escolham por nós) para nos avaliar. E essa avaliação me
faz perceber que inexiste um “peso” na idade que carregamos, mas há sim um
vazio que aos poucos é preenchido pelas
inúmeras coleções de nossas experiência e sentimentos.
Obrigada vida por me permitir
tanto e rogo para que possa ainda me esbaldar de ti.
Se, como disse, 30 anos não são
nada, quarenta igualmente não são. Há ainda os 50, os 60, os 70, os 80 e todos
aqueles que a vida nos reservar. Cada década, cada ano, cada momento com sua
singularidade, importância e plenitude.
Bora viver! #partiupravida
Teste de resposta, favor desconsiderar!
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