terça-feira, 10 de maio de 2016

Hoje morri um pouco.

Dizem que todo o dia se morre um pouco. Se a frase é correta, posso dizer que hoje não foi diferente, mas foi... A diferença foi que hoje "senti" que morri um pouco. E essa morte doeu.

Ser mãe não é uma tarefa fácil. A dificuldade não reside em ter que lidar com os filhos, mas em ter que lidar com nossa própria condição de mãe, permeada pela falibilidade, pelas imperfeições, pela humanidade que nos é inerente. Talvez as mães não devessem ser humanas, talvez assim falhassem menos.

Hoje, sai completamente do prumo, desequilibrei os pratinhos e trespassei todas as linhas fronteiriças do razoável. Na linguagem Marvel, encarnei o Hulk, e não foi incrível. Foi terrível.

Ainda não sei o que ao certo ocorreu... constato apenas que a plateia era formada pelos meus dois filhos, que testemunharam uma mulher completamente descontrolada, sequer capaz de ajustar o volume da voz ou o conteúdo das palavras. Gritei, muito e até não mais ter condições…Seguiu-se um segundo surto, agora de um choro descontrolado e regado a culpa, um choro que aos poucos foi secando, mas que ainda neste momento rende lágrimas.

Em tais momentos tudo o que se busca é justamente aquilo que se deveria proporcionar.... um colo de mãe. Um afago, um carinho, uma palavra. Uma mão estendida para te lembrar que as mães erram, que não são perfeitas e que são humanas, assim como você é.

Hoje morri um pouquinho. Mas ao mesmo tempo em que senti essa morte, senti quão infinito é meu amor pelos meus filhos. Talvez amar seja realmente morrer a cada dia. 

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