Dizem que todo o dia se
morre um pouco. Se a frase é correta, posso dizer que hoje não foi diferente,
mas foi... A diferença foi que hoje "senti" que morri um pouco. E essa morte
doeu.
Ser mãe não é uma tarefa
fácil. A dificuldade não reside em ter que lidar com os filhos, mas em ter que
lidar com nossa própria condição de mãe, permeada pela falibilidade, pelas
imperfeições, pela humanidade que nos é inerente. Talvez as mães não devessem
ser humanas, talvez assim falhassem menos.
Hoje, sai completamente do
prumo, desequilibrei os pratinhos e trespassei todas as linhas fronteiriças do
razoável. Na linguagem Marvel, encarnei o Hulk, e não foi incrível. Foi
terrível.
Ainda não sei o que ao
certo ocorreu... constato apenas que a plateia era formada pelos meus dois
filhos, que testemunharam uma mulher completamente descontrolada, sequer capaz
de ajustar o volume da voz ou o conteúdo das palavras. Gritei, muito e até não
mais ter condições…Seguiu-se um segundo surto, agora de um choro descontrolado
e regado a culpa, um choro que aos poucos foi secando, mas que ainda neste
momento rende lágrimas.
Em tais momentos tudo o que
se busca é justamente aquilo que se deveria proporcionar.... um colo de mãe. Um
afago, um carinho, uma palavra. Uma mão estendida para te lembrar que as mães
erram, que não são perfeitas e que são humanas, assim como você é.
Hoje morri um pouquinho. Mas
ao mesmo tempo em que senti essa morte, senti quão infinito é meu amor pelos
meus filhos. Talvez amar seja realmente morrer a cada dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário