Percebeu-se presente no
exato instante em que o encontro com a solidão mostrou-se inadiável, embora não
previamente marcado. Não importa o quão satisfeito com a vida se está, com as
amizades, conquistas ou amores, inevitavelmente este momento chegará e se
aperfeiçoará no preciso interregno em que relevantes decisões precisam ser
tomadas, em que opções precisam ser feitas.
Em tal momento,
acompanhado apenas dela, da solidão, viu-se diante de mais de uma
possibilidade. Todas, contudo, impossíveis de coexistir. O impasse: a decisão
pelo caminho a trilhar implicará necessariamente uma renúncia. Indaga, então,
em seu âmago: “como fazer a opção certa?” Vai além: “há opção certa?”
Esta incerteza parece-lhe
impossível de ser colmatada. Ávido por respostas, busca nas redondezas lampejos
que lhe pudessem fornecer auxílio. Em vão. Está em meio do nada, como que
naufragado na ausência. Largas e altas paredes o separam de tudo e todos, há no
ambiente apenas seu ser e as opções que a vida lhe coloca à escolha. Nada lhe
poderá fornecer ajuda, apenas sua consciência, sua vontade e percepção.
Fácil retroceder o olhar
e avaliar as opções feitas em outros tempos, avaliá-las e julgá-las a partir do
entorno. Mas agora é diferente, precisa decidir sem esses elementos.
Recorre por fim, à fração
mais recôndita de seu coração, aos valores que nutre e que o ensinaram a viver
e, norteado por eles, entrega-se à intuição com confiança tamanha que esta o
leva a seguir, talvez já sem dúvidas, de que o caminho certo é justamente
o caminho de sua escolha.
Imagem por Max Ribeiro em: facilitacaografica.blogspot.com.br/2017/01/escolha.html
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