quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Prática Penal Domiciliar – Erro na execução?


Meus filhos Francisco (4 anos) e Pedro (2 anos, mas pensa que tem 4) juntamente com meu sobrinho Felipe (4 anos) corriam pela casa inteira numa brincadeira cujo resultado mais que previsível seria briga e choradeira.
 Lá pelas tantas Felipe bate no Pedro (ao que consta teria sido “sem querer querendo”). Ato contínuo, Pedro, alcunha Pedroca, indignado sai em disparada ao encalço de Felipe, que, muito mais veloz do que Francisco, o ultrapassa. Pedro, mais lento que o primo Felipe e munido de seu instinto vingativo – peculiar dos pequeninos – ao invés de perseguir o alvo legítimo de sua fúria, se contenta em estapear o irmão Francisco, mais próximo e até então inocente.
Francisco, sem entender ao certo o que se passou, olha a satisfação no olhar beligerante do irmão, ergue a mão para agora, em exercício arbitrário das próprias razões, estapear Pedroca.
Ocorre que no ato do estapeamento Felipe passa ao lado com um sorriso maroto de quem foge de uma surra e a mão de Francisco, ao que parece equivocadamente, vai parar no primo e não no irmão.
Felipe começa a chorar, Francisco já estava chorando e Pedro, o menos inocente, mas o mais solidário, resolve acompanhar os dois numa inesquecível e orquestrada execução de choro!!!
 Diante do quadro que se apresentava, olho para a plateia que se divertia, composta basicamente pelos pai e avós, respiro fundo e pergunto à quase quadrilha o que havia acontecido. Felipe, engolindo seco, diz:
 - O Francisco me bateu!
 Pergunto se ele bateu em alguém primeiro. Ele mais do que rapidamente dispara:
- Bati, mas só um pouquinho no Pedro.
Pergunto a Pedro o que aconteceu. Impedindo pela restrição da idade em se manifestar com a mesma destreza que norteia sua ação, se limita a arregalar os olhos e a apertar os lábios fazendo uma cara que remonta o gato de botas em Shrek. Desisto dele e redireciono a pergunta derradeira para o terceiro elemento, Francisco:
-O que aconteceu?
 Ele hesita, mas com resignação e ressalvando responde:
 - EU BATI NO FELIPE, MAS É QUE EU ERREI DE PESSOA!

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